Riacho do primeiro mês do ano do calendário romano

Não consigo expressar o quão encantado eu consigo me ver com a cidade do Rio de Janeiro. Embora viva aqui há mais de 6 anos, ainda me choco ao passar por contrastes de paisagens absurdamente urbanas e campestres; ou ainda um céu alucinante onde parece dividido ao meio, com uma faixa de iluminação facetada mais parecendo um arco-iris monocromático em inusitados trechos da cidade onde pensamos não haver nada de belo.

Com todos os pesares e com todos os seus problemas, incluindo aqui o atual prefeito Eduardo Paesteta, a cidade um dia de São Sebastião ainda é a melhor cidade do mundo.

Rio está Paesmo

Ainda não consigo entender como Eduardo Paes conseguiu vencer as eleições municipais se absolutamente todas as pessoas que eu perguntava sobre a votação diziam Gabeira, a minha amostragem era a mais variada possível, de universidades públicas a bairros de classe média alta, não entendo como conquistou um eleitorado roubado e conseguiu com seus míseros 50.000 votos de diferença vencer a disputa.

Praticamente certo era o que era, a vitória era certa, ao menos muitos esperavam por isso, a grande zebra municipal não foi um prefeito liberal e de mente aberta, mas sim uma zebra manca e já com uniforme de prisão. Estou decepcionado com metade do eleitorado carioca.

Funcionário púbico

É maravilhosa a estabilidade de um emprego em que você pode usufruir de diversas vantagens por ser contratado pelo Governo Federal, mas é também um caos a burocracia interna e a hierarquia de tempo de serviço que as instituições impõe sobre o servidor.
Independe do cargo o seu respeito ou a sua consideração, e é diretamente proporcional ao seu tempo de serviço, portanto digo como funcionário recente, de apenas dois meses de casa, que sofro na pele algumas das conseqüências de ser o calouro do departamento.
Mais complicado ainda é lidar com setores em que mesmo com mais de cinco funcionários não há como manter as tarefas devidamente divididas, visto que a hierarquia de tempo de serviço é, além de diretamente proporcional ao seu respeito dentro da instituição, inversamente proporcional ao quanto o servidor de fato trabalha para melhorar o setor em que está.

Zona Sulmofóbica

Incrível e inacreditável, assim como revoltante.

Na última sexta-feira, dia 24, estava acompanhado de mais 2 amigos indo para a Dama de Ferro, na Lagoa; quando fomos abordados repentinamente por aproximadamente 6 garotos. Os ditos garotos apareceram por trás de nós e agrediram um dos 2 que estavam comigo com um chute nas costas, ao passo que o mesmo saiu correndo junto com o outro que me acompanhava. Infelizmente não tive tempo hábil de correr, e assim sendo fui rebocado para o chão e levei alguns chutes na cabeça e nuca, quando fiquei um pouco desorientado. Talvez por orientação divina uma das garotas que acompanhavam os amáveis rapazes puxou-os para longe e a outra me ajudou a levantar, apenas e somente por isso consigo ainda escrever aqui, caso contrário com certeza estaria internado com marcas horrendas no rosto. O grupo correu para a Avenida Epitácio Pessoa e nela mesma sumiu.

Apesar de um incidente com poucas cicatrizes e seqüelas a revolta é maior do que qualquer coisa. Impossível de admitir que nos dias de hoje tenhamos ainda tal tipo de preconceito social; mais revoltante é pensar que as duas garotas, provavelmente namoradas dos rapazes carinhosos, não se atentam para o fato de poderem correr risco de sofrerem represálias por qualquer negação, visto o tipo de atitude dos muito instruídos jovens de classe média.

Devo dizer que estamos livres de preocupações maiores, pois ao menos fisicamente os 3 passam bem. Incluo-me nessa pois apenas alguns arranhões e hemorragias estou sentindo a presença, nada além disso, ao menos.

Sejam bem-vindos e não esperem muito, pois não sei se há muito para vir.